sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Homenagem (13-10-2011): A aurora das Comunidades Evangélicas (Minstério Koinonya de Louvor)

Na música evangélica brasileira, a década de 1990 e a primeira metade da década de 2000 tiveram grande influência das comunidades evangélicas. Utilizando o conceito de “louvor congregacional”, este segmento da música evangélica tem influenciado ministérios de música de igrejas tanto tradicionais como pentecostais e o faz ,entre outros, devido ao próprio estilo de música, inclusivo, valorizando a participação da igreja como um todo na condução da música, valorizando interceptações espontâneas e desvinculando a música de um maior rigor musical.
Essa tendência surgiu no final da década de 1980, quando as denominações neopentecostais desabrochavam e buscavam ocupar um lugar na mídia evangélica e a música se revelou um poderoso meio de levar isso a cabo. Assim como se verifica na identidade musical, esses grupos buscavam uma identidade nova, menos comprometida seja com a formalidade dos tradicionais, seja com o rigor dos pentecostais clássicos. Nesse período, tivemos grupos bastante representativos como a Comunidade Evangélica do Rio de Janeiro (que viria a se dividir em Comunidade Evangélica Cristã da Vila da Penha e Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul) que em seu álbum, lançou músicas que se tornariam antológicas como “Caem Por Terra” e “Nosso Deus é Soberano”. Também merece menção a Comunidade Evangélica de Nilópolis que no ano seguinte lançaria a bem sucedida série Edificação. Pretendemos futuramente tratar desses grupos que até hoje permanecem no cenário musical evangélico brasileiro. Contudo, se houve um grupo que pode representar com consistência a identidade desse segmento e contribuiu grandemente com a consolidação e a assimilação da mensagem musical trazida por essa tendência, uma novidade nos longínquos anos 1980, teremos de fazer justa menção ao Ministério Koinonya de Louvor, ou apenas Koinonya, como é conhecido.
O significado da palavra de origem grega “koinonya” que dá nome ao grupo é comunhão e resume com fidelidade a idéia que se trazia em suas canções. O grupo começou com a série Adoração e já no primeiro álbum, o Adoração I – Aliança, lançam músicas que ingressariam para a história da música evangélica como síntese tanto da comunhão cristã na música-título Aliança, como na célebre Ao Único, canção largamente conhecida e cantada até hoje nas igrejas. Pois era esse o espírito do Koinonya. Suas canções, predominantemente em estilo pop, possuíam simplicidade na letra e nos arranjos, embora a primeira, apesar de simples, resumia em pequenos versos rimados, expressões de profunda adoração. Também neste álbum está a também muito cantada “Espírito Enche”. Nos álbuns seguintes, a inspiração continuaria a fio e mais canções engrossariam a lista de hinos dos “ministérios de louvor” das igrejas e permaneceriam até hoje na mente de um sem número de cristãos como “Oferta de Amor”, “Leão de Judá Prevaleceu”, “O Espírito de Deus está aqui”, “Jeová é o Teu Cavaleiro”, “Em Espírito, Em Verdade” e tantas outras que seriam seguidamente regravadas por outros grupos ou cantores, mesmo fora do meio evangélico, tamanho seu apelo.
O Koinonya nasceu no seio da Comunidade Evangélica de Goiânia, a princípio como banda Koinoya e viria a ser chamado então de Ministério Koinonya de Louvor, como conhecemos hoje. Sob a liderança de Benedito Carlos, mais conhecido como Bené Gomes, o grupo contou com nomes que viriam a se consagrar no cenário musical evangélico como Alda Célia, Kleber Lucas, Ludmila Ferber além da grande contribuição de Asaph Borba. Outros nomes também se juntam a esse time como Silvério Peres, Robson Rodovalho, Bispo da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, entre outros. Muitas de suas canções traziam manifestações que soavam espontâneas, dando a impressão de que estivesse num culto pentecostal e contavam também com intervenções, as chamadas “ministrações” o que reforçava essa idéia e o caráter comunitário do grupo e ajudava na identificação com as igrejas, com os próprios cultos, proporcionando ao ouvinte uma ambientação de um culto pentecostal, envolvente, o ouvinte era trazido à atmosfera de adoração.
Apesar da renovação, como é de se esperar na maioria dos grupos, o Koinonya conseguiu imprimir e manter sua identidade de louvor congregacional, comunitário e os lançamentos mais recentes, mesmo sem o fôlego dos primeiros, prosseguiriam presenteando as igrejas com louvores que viriam a ocupar lugar no culto de inúmeras igrejas e na mente e coração de inúmeros cristãos como, por exemplo, “Meu Prazer”.
No ano de 2009, o grupo foi laureado com o Troféu Talento, prêmio dado a cantores da música evangélica brasileira, pelo conjunto da obra. Uma justa homenagem a um grupo que contribuiu significativamente para o avanço e divulgação da Música Evangélica Brasileira.

Segue uma das muitas canções do Koinonya que marcaram época.
Boa apreciação.



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