O ano era 1968, considerado um ano revolucionário. Nesse surge o Jovens da Verdade, ministério que se dedicava à pregação do evangelho utilizando a música e testemunho de jovens cristãos. Enquanto a juventude se revoltava ao redor do mundo naquele ano explosivo, esses jovens pregavam uma alternativa que ao invés da destruição visava a construção de algo novo, um novo reino, o reino de Deus.
Foi quando em 1972 foi lançado o álbum “Drogas Matam”, um dos primeiros álbuns da Música Evangélica Brasileira com todas as composições nacionais. Esse dado por si só seria suficiente para colocá-lo em lugar privilegiado na História da Música Evangélica Brasileira. Mas sua importância avança e se impõe na história em termos tanto estéticos quanto no conteúdo. Seu título é rápido no gatilho, uma sentença sem rodeios. A capa do álbum traz uma ilustração de um rosto gritando e abaixo, a sentença: “Drogas matam”!
A proposta que já se aproxima dos 40 anos se mantém atual até hoje. Num tempo sem internet, quando a informação sofria o filtro não só da censura dos anos de chumbo, mas também do conservadorismo e anacronicamente, as drogas ganhavam terreno nas grandes cidades e mesmo na grande mídia contava com o apoio velado de grandes astros da música como os Beatles e outros mais explícitos, como a banda americana de rock The Doors, o Jovens da Verdade, num arroubo de vanguarda dá um grito. E dá literalmente, pois é com um grito que começa a primeira música do álbum, a música título, “Drogas matam”. Dá para se imaginar quão ousado foram em sua iniciativa num tempo onde inovações não eram sempre olhadas com bons olhos. Na contracapa do álbum, havia o testemunho de um jovem que havia vivido no mundo das drogas e havia sido libertado pelo Evangelho de Cristo.
No ano seguinte, o Jovens da Verdade voltaria com força total para uma novo lançamento e uma nova empreitada, era o álbum “A viagem”. Naquele tempo, o termo viagem tinha muito significado na cabeça da juventude de então. Era o tempo dos hippies, dos festivais de rock, da libertinagem sexual, da contracultura que propunha a quebra de todos os valores. Na mesma levada do álbum anterior, o confronto é frontal e a proposta de encarar a realidade sem máscaras, numa linguagem que se comunicava com a juventude da época ao mesmo tempo que se chocava com o tipo de música evangélica que se produzia naquele tempo. A proposta era mostrar a inocuidade que aquelas idéias representavam, eram viagens que não levariam a lugar nenhum.
Para se comunicar com aquela juventude, o JV cantava um rock ao estilo da Jovem Guarda, todavia com uma composição de conteúdo engajado, com o claro propósito de contrapor a enganosa e sedutora mensagem que se espalhava na sociedade e cujos resultados a nossa geração conhece muito bem. Se há muitos ministérios que hoje se dedicam à luta contra as drogas, lembremos que no final da década de 1960 e início de 1970, quando esse mal ainda era ignorado por grande parte da sociedade brasileira, um “bando” de Jovens se levantou ousadamente contra ele, fazendo da música o instrumento para combater o mal, levando o Evangelho a uma juventude transviada.
Ainda hoje existe a missão Jovens da Verdade, com acampamento em Arujá-SP, onde oferecem treinamento para evangelização de jovens com vários ministérios associados, seguindo firme na pregação do evangelho para o mundo de hoje.
O endereço na internet é www.jovensdaverdade.com.br
Só uma observação. A cidade de Arujá fica no interior do Estado de São Paulo. No "site" tem informações sobre a missão
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